Uma solução para um dos problemas mais atuais da sociedade: uma bússola com gadgtes modernos: Instagram, TikTok, Facebook, Twitter, Youtube, Twitch, Reddit, Amazon e qualquer outro aplicativo que seja da escolha do usuário.
A finalidade é uma: modernizar e normalizar a busca de um sentido na vida de todos. Um dos grandes problemas da sociedade é a dificuldade que as pessoas tem em saberem qual a direção que a vida deve tomar. Não há mais respeito por autoridades. Livros, para além de queimados, foram esquecidos. A fala já não toma o jeito que antes tomava. E as pessoas, geralmente, não dão peso a este fardo.
Não se propõem a meditar, nem tomam ou tem o tempo para tal. O mundo deixado pelas gerações passadas é este que vemos na Televisão hoje em dia. Um mundo mórbido, completamente anárquico, isento de amor ou respeito. Sem compaixão, empatia, música ou arte. Isso para a maioria esmagadora da população.
Mudar requer certas medidas mais drásticas, talvez até ter que estudar um pouco. Essa é a responsabilidade dos adultos. Afinal, os jovens sofrem com a imposição de valores e costumes dos mais velhos. Não nascemos no computador, como costumam dizer. Nascemos no hospital, pelados, tanto física quanto espiritualmente. Sem qualquer vício em aparelhos espertos como o smartphone ou a televisão. Nem tendências a jogarmos no Tigrinho ou ficarmos vidrados na tela do computador.
Sofremos, enquanto geração, com as sequelas da Terceira Revolução Industrial. O avanço imparável das tecnologias do século XX deram no mundo que tão bem conhecemos hoje. Saia na rua e perceba como andam as pessoas. Não só com celulares, mas como anda a mente das pessoas. O que pensam, no que piamente acreditam. De duas uma: ou em algum tipo de extremismo esotérico, ou nas mais variadas teologias da prosperidade.
De alguma forma isso foi parar no consciente delas. As ideias são formadas e disseminadas, tendo sempre autor, CEP de ida e volta, RG e público alvo. É incabível aceitar a proposição de que a população chegou em tal estado pela pura vontade própria. O livre arbítrio está para lá de extinto. A propaganda feita em diversos meios na Internet presta a um tipo de classe que tem poder e quer aumentá-lo. Emburrecer a população é um passo fundamental no controle eterno. Força e consenso são conceitos complementares, mas não iguais. É possível que um líder haja com violência, mas ela sempre desagua no seu contrário. Por isso, controlar o modo de pensar é a única maneira efetiva de ter o trono sempre para si.
Os poucos indivíduos que se beneficiam com este estado de coisas sabem de tudo isso e exacerbam todos os fatores envolvidos neste eterno complô. A mídia, por exemplo, é comprada pelas maiores instituições financeiras do mundo. Isso não é conspiração: basta seguir a trilha do dinheiro para descobrir quem é o dono da CNN, do Estadão, da Folha de São Paulo ou da Globo. Tudo falado por essas mídias é muito bem tratado por seu corpo editorial que responde, sempre ao conselho de suas empresas. São corporações como qualquer outra e por isso correm sempre atadas ao lucro. A necessidade de ter excedentes ditará qual opinião será escutada pelo povo que, assim, viverá para sempre na ignorância.
A falta de conhecimento é a arma de destruição em massa que os Estados Unidos procuravam no Iraque. Acharam lá o que buscavam pois seguiram o dito mais sábio do universo: conhece-te a si mesmo. O berço das sociedades modernas, ovacionado desde o século XVIII, é o expoente em controlar narrativas e falar o que bem entende por razões individualistas. O american way of life vai muito além de bens e serviços abundantes; dominar o consciente dos ricos e novos ricos nas sociedades emergentes é muito mais importante na esfera de poder desta nação. Daí vem o dinheiro gasto na Indústria Cultural, seja por Hollywood de meados do século XX para frente, seja na inserção das grandes mídias norte-americanas em solo brasileiro no século XXI. O problema repousa numa das camadas mais profundas da sociedade e combate-lo requer muito esforço e sacrifício. Desta forma, sempre que ouvir algum intelectual falar com deboche, usando um terno ridiculamente caro, posando nas principais revistas ocidentais e sendo condecorado com prêmios nebulosos, saiba que esse já caiu para o lado contrário. O mainstream nunca aceitará uma opinião divergente. Essa é a máxima que é práxis dos tempos modernos, e ela deve ser entendida em todas as suas consequências. É possível sim fazer comentários contrários a tal e tal pensamento, discordar de uma ou duas frases. Agora, criticar coerentemente uma ideia e contrapô-la na realidade é visto, para os colonizadores, como uma afronta aos bons e velhos costumes. Um brasileiro nunca será ouvido lá fora. De lá fora, deveríamos escutar apenas alguns poucos seres honestos com intenções destrutivas. Pois, para eles, falar a verdade é, no final, se destruir. Se destruir enquanto classe, enquanto ideologia e hegemonia. Apenas nesse sentido existem pessoas de esquerda: na destruição total deste nefasto sistema em que vivemos.
Não se enganem com frases bonitas nem palavras jogadas aos ares. Carlos Drummond de Andrade já falara em 1945 na Rosa do Povo: vivemos em tempo de gente cortada, de braços saídos do corpo, de gestos obscenos e mãos avulsas ao vento (paráfrase). Toda construção argumentativa deve ser julgada a partir de suas premissas. Se a premissa é racista, em qualquer nível ou série, ela deve ser tanto refutada quanto ativamente repelida. E o racismo, infelizmente, é mal entendido no Brasil. Não é um conceito afunilado como parece ser, nem motivo de "lacração" como alguns imbecis costumam dizer. O racismo vem desde a aceitação de padrões europeus no solo tupiniquim, até a aceitação de argumentações somente pela língua na qual foi expressa. O inglês nunca será mais bonito que o português brasileiro. Nem o francês, nem o italiano, nem qualquer outra língua. Para nós, brasileiros, a nossa língua é a que presta. É dos nossos intelectuais de verdade que deveríamos escutar. Mesmo que os pontos defendidos sejam controversos, o debate deve surgir a partir das nossas ideias e ideais. A autoridade nacional deixou de ser respeitada, mas basta colocar que o tal indivíduo se formou em Harvard, num curso de verão, para que ele seja cultuado no meio dos ricos. A viralatice da "elite" brasileira, que não passam de paspalhos com dinheiro, é a pura expressão da vontade destes com o nosso país: fazer ainda mais dinheiro e, dado o tempo, ir embora daqui.
Era a mesma coisa no século XIX, quando os latifundiários paulistas mandavam seus filhos para a Europa na adolescência. É a mesma coisa no século XX quando estes mesmos latifundiários passaram a escolher os Estados Unidos da América. É a mesma expressão odiosa de uma classe que prefere um presidente pelo preço do dólar baixo e a possibilidade de ir à Disney e comprar com igualdade. Eles sempre venderam nosso povo, expropriaram nossa terra e trabalhadores e fugiram para nações ridiculamente agressivas como a França, Inglaterra e Estados Unidos da América.
Nos lembremos que até 1975 haviam tropas no Vietnam. E nos lembremos que essas tropas norte-americanas estavam defendendo os interesses colonialistas da França, que foram derrotados pelo mesmo Hoi Chin Min dezoito anos antes. Nos lembremos que a Inglaterra dominou o mundo inteiro e foi quem mais lucrou com o tráfico negreiro. Nos lembremos de todas as intensivas norte-americanas desde 1970, seja no Oriente Médio, seja na América Latina, seja no sudeste asiático.
Não nos esqueçamos do que foi a Ditadura Militar brasileira e quem a patrocinou desde o seu nefasto começo. Reivindiquemos nossos direitos de colocar isso em voga e praticar, desde já, a obrigatoriedade de uma mudança no sistema. Paramos de falar sobre Socialismo, Comunismo e outras formas de produção na sociedade, talvez por preguiça, mas muito mais provável que seja pela lavagem cerebral feita desde 1964. Este país não pode continuar da forma que está, e uma bússola tecnológica servirá nisso. Boa noite.